Mostrar mensagens com a etiqueta alergia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta alergia. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Alergia e intolerância alimentar

Alergia e intolerância alimentar
Uma alergia alimentar é uma reacção alérgica a um alimento em particular. Uma doença muito mais comum, a intolerância alimentar, não é uma reacção alérgica, porém constitui um efeito indesejável causado pela ingestão de um determinado alimento.

São muitas as pessoas que não podem tolerar certos alimentos, por motivos vários que não são a alergia: podem, por exemplo, não possuir o enzima necessário para os digerir. Se o sistema digestivo não puder tolerar certos alimentos, o resultado pode ser uma perturbação gastrointestinal, gases, náuseas, diarreia ou outros problemas. Em geral as reacções alérgicas não são responsáveis por este conjunto de sintomas. Existem várias pretensões controversas acerca da «alergia alimentar», nas quais se culpa certos alimentos por problemas que vão desde a hiperactividade infantil à fadiga crónica. Outras opiniões pouco fundadas atribuem à alergia alimentar a culpa pela artrite, pelo baixo rendimento desportivo, pela depressão e outros problemas.

Sintomas

Um problema comum, que pode ser uma manifestação de alergia alimentar, começa na infância e surge habitualmente quando na família existem casos de doenças atópicas (como a rinite alérgica ou a asma alérgica). O primeiro indício de predisposição alérgica pode ser uma erupção cutânea como o eczema (dermatite atópica). A referida erupção pode ser ou não acompanhada por sintomas gastrointestinais, como náuseas, vómitos e diarreia, e pode ou não ser causada por uma alergia alimentar. Quando a criança completa o seu primeiro ano de vida, o eczema já quase não é problema. As crianças com alergias a certos alimentos provavelmente contrairão outras doenças atópicas à medida que crescem, como a asma alérgica e a rinite alérgica estacional. Contudo, nos adultos e crianças com mais de 10 anos é muito pouco provável que os alimentos sejam responsáveis pelos sintomas respiratórios, apesar das provas cutâneas (da pele) serem positivas.

Algumas pessoas sofrem reacções alérgicas muito graves, face a potentes alergénios específicos dos alimentos, em especial as nozes, os legumes, os mariscos e as sementes. Os indivíduos alérgicos a esses alimentos podem reagir violentamente ao comer uma quantidade mínima da substância em questão. Pode ficar coberto de uma erupção em todo o corpo, sentir a sua garganta a inflamar-se até se fechar e ter dificuldades respiratórias. Uma queda repentina da tensão arterial pode causar enjoos e um colapso. Esta emergência, potencialmente mortal, recebe o nome de anafilaxia. (Ver secção 16, capítulo 169) Algumas pessoas só sofrem de anafilaxia quando efectuam exercícios físicos imediatamente depois de comer o alimento a que são alérgicas. (Ver secção 16, capítulo 169)

Os aditivos alimentares podem provocar sintomas como resultado de uma alergia ou de uma intolerância. Alguns alimentos contêm toxinas ou substâncias químicas (por exemplo, histamina) que são responsáveis por reacções adversas não alérgicas. Compostos como o glutamato monossódico (GMS) não causam alergias. Os sulfitos (por exemplo, o metabissulfito, presente em muitos produtos alimentares como conservante) e os corantes (por exemplo a tartrazina, um corante amarelo que é usado nos caramelos, nas bebidas não alcoólicas e em muitas comidas preparadas comercialmente) provocam asma e urticária nas pessoas sensíveis a estas substâncias. Outras sofrem enxaquecas após comer certos alimentos.

As alergias e as intolerâncias alimentares costumam ser bastante óbvias, apesar de nem sempre ser fácil distinguir uma verdadeira alergia de uma intolerância. Nos adultos, a digestão aparentemente evita as respostas alérgicas face a muitos alergénios ingeridos oralmente. Um exemplo é a asma dos padeiros, na qual os trabalhadores das padarias começam a asfixiar quando respiram o pó da farinha ou outros grãos, apesar de poderem comê-lo sem sofrer nenhuma reacção alérgica.

Diagnóstico

Os testes cutâneos permitem, em alguns casos, diagnosticar uma alergia alimentar; um resultado positivo não significa necessariamente que um indivíduo seja alérgico a um alimento em particular, porém um resultado negativo assinala que é improvável que seja sensível ao referido alimento. Depois de um resultado positivo num teste cutâneo, o alergologista pode necessitar de fazer uma prova oral para chegar ao diagnóstico definitivo. Numa prova de provocação oral, o alimento suspeito é escondido noutra substância, como o leite ou a compota de maçã, e o paciente ingere-a. Se não surgirem sintomas, a pessoa não é alérgica àquele alimento. Os melhores testes são as provas «cegas», ou seja, o alimento em questão está efectivamente misturado com outra substância, mas por vezes não está. Desta forma o médico pode determinar com certeza se o doente apresenta alergia a esse alimento em especial.

Uma dieta de eliminação pode ajudar a identificar a causa de uma alergia. A pessoa deixa de ingerir os alimentos que presumivelmente estão a provocar os sintomas. Mais tarde começam a introduzir-se na dieta um a um. O médico pode sugerir a dieta com a qual se deverá começar, que terá de ser rigidamente cumprida e só deverá conter produtos puros. Não é fácil seguir essa dieta, porque muitos produtos alimentares estão escondidos, fazendo parte, como ingredientes, de outros alimentos. Por exemplo, o pão de centeio comum contém um pouco de farinha de trigo. Não se podem consumir mais alimentos nem bebidas do que os especificados na dieta inicial. Não é aconselhável comer em restaurantes, pois a pessoa (e o médico) deve conhecer cada ingrediente de todos os pratos que comer.

Tratamento

Não existe outro tratamento específico para as alergias alimentares senão deixar de ingerir os alimentos que as desencadeiam. Os indivíduos gravemente alérgicos que sofrem erupções, edema (urticária) dos lábios e da garganta e que podem mesmo não conseguir respirar, devem tomar a precaução de evitar os alimentos que os afectam.

A dessensibilização, que se pratica comendo pequenas quantidades de um alimento ou colocando gotas de extracto de alimentos debaixo da língua, não tem dado bons resultados. Os anti-histamínicos revelam-se pouco práticos como terapia de prevenção, mas podem ser benéficos em reacções gerais agudas com urticária e na urticária gigante (angioedema).

http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D195%26cn%3D1683




Alimentos que com mais frequência causam alergia

Leite
Ovos
Marisco
Nozes
Trigo
Amendoins
Soja
Chocolate

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Artigos médicos recentes sobre alergias

Atopic and non-atopic allergic disorders: current insights into the possible involvement of free immunoglobulin light chains

Human TSLP and TLR3 ligands promote differentiation of Th17 cells with a central memory phenotype under Th2-polarizing conditions

Allergy and autoimmune disease: a registry-based study

Development and validation of a self-administered Food Allergy Quality of Life Questionnaire for children


Alérgenos domiciliares

Todas as alergias são desencadeadas por substâncias chamadas alérgenos. A cada ano, nas regiões de clima temperado, milhões de pessoas sofrem de alergia sazonal (que depende de uma época do ano) como congestão, coceira e hipersecreção nasais, assim como prurido (coceira) nos olhos, com lacrimejamento. No entanto, muitos outros sofrem de alergias permanentes, que resultam em sintomas durante todo o ano. As alergias permanentes são desencadeadas por alérgenos encontrados dentro de casa, incluindo os ácaros da poeira (e suas fezes), a caspa de animais, baratas e mofo.

Controlando os ácaros da poeira
A poeira doméstica é composta de pequenas partículas de materiais vegetais e animais. Nessa mistura vivem animais microscópicos chamados ácaros da poeira. As fezes desses animais é a causa mais comum da alergia permanente e seus sintomas.

Os ácaros da poeira são encontrados por toda a casa, mas vivem especialmente nas áreas mais úmidas e nas áreas onde existe caspa humana (pequenos flocos de pele descamada). Os sintomas da alergia a ácaros incluem congestão nasal, coriza, espirros (principalmente na manhã), coceira nos olhos, lacrimejamento, tosse e chiados no peito.

Para reduzir o número de ácaros, é importante manter a umidade relativa do ar em toda a casa abaixo de 50%, usando um desumidificador ou mesmo o ar condicionado. O carpete deve ser retirado, especialmente aquele que é colocado sobre chão de concreto. Os pisos preferidos são os de madeira-de-lei, cerâmica ou fórmica. Tapetes laváveis também podem ser usados, caso sejam regularmente lavados em água quente ou a seco.

Como as pessoas passam mais tempo no quarto de dormir que em outros aposentos, é essencial reduzir os níveis de ácaros neste local. Encape colchões e travesseiros em plásticos fechados por zíper ou com material especial à prova de alérgenos, encontrado em lojas especializadas. As roupas de cama devem ser lavadas semanalmente em água quente (55° C) e deixadas secar num secador de ar quente. Almofadas e travesseiros feitos de material natural como penas, plumas ou algodão devem ser substituídos por outros feitos de material sintético, ou então, envolvidos por material anti-alérgico.


ácaro domiciliar

O ideal é que as paredes dos cômodos sejam lisas e que os objetos que possam reter poeira fiquem em gavetas ou armários fechados. Evite usar o quarto onde dorme como biblioteca ou local de estudo. A aspiração semanal do pó pode ajudar a retirar um pouco dos ácaros. Os alérgicos devem usar um aspirador com um filtro HEPA (de alta eficiência para partículas) ou com bolsa dupla de retenção de poeira, pois o uso do aspirador comum espalha poeira no ambiente. Devem também usar uma máscara contra poeira quando a limpeza estiver sendo feita.

Controlando a caspa dos animais
Ao contrário do que se pensa, as pessoas não são alérgicas ao pelo dos animais, mas sim a proteínas encontradas na saliva, na caspa (flocos de pele morta descamada) ou urina. Essas proteínas são carregadas pelo ar como partículas muito pequenas, invisíveis, que pousam no revestimento dos olhos ou nariz, ou mesmo são inaladas diretamente para dentro dos pulmões. Os sintomas de alergia a um animal incluem espirros, nariz com coceira e hipersecreção, e olhos e garganta inchados e coçando. Uma coceira da pele ou uma urticária (placa vermelha e alta) podem também resultar do contato com um animal ao qual você é alérgico. Geralmente os sintomas começam rapidamente, às vezes minutos após a exposição ao animal. Para outras pessoas, no entanto, os sintomas vão crescendo e se tornando mais intensos 8 a 12 horas após o contato com o animal.

Um gato ou um cachorro produz uma certa quantidade de alérgeno por semana e essa quantidade pode variar de animal a animal. Todas as raças são capazes de desencadear os sintomas — não há raças "hipoalergênicas" de cães ou gatos. Os que são muito alérgicos podem mesmo apresentar reações em lugares públicos pela caspa transportada pela roupa de um dono de animal.

A maneira mais eficaz de combater os sintomas da alergia a animal é removê-lo de casa, evitando qualquer contato. Manter o animal fora de casa, por exemplo num jardim, é apenas uma solução parcial, pois as casas com animais no jardim ainda possuem concentrações razoavelmente altas dos alérgenos. Antes de passar a ter um animal em casa, passe um tempo junto ao cachorro ou gato de alguém para saber se você é alérgico. Se você já tem um animal ao qual você ou alguém da família é alérgico, tente deixá-lo com um parente ou amigo não alérgico que cuide dele. Apesar dessa separação poder ser difícil, é o melhor para a sua saúde ou de seu familiar alérgico. Você pode ainda considerar bichinhos como tartarugas, peixes, e outros animais sem pelos ou penas.

Se você não pode evitar a exposição ao animal que causa seus sintomas alérgicos, tente minimizar o contato. Mais importante, mantenha o animal fora do quarto de dormir ou de outros aposentos onde os alérgicos passam a maior parte do tempo. Alguns estudos demonstraram que o banho (semanal) de cães e gatos pode reduzir a quantidade de alérgenos em casa. Este ponto, no entanto, permanece controverso. Se você pretende lavar o seu animal regularmente, consulte o veterinário quanto aos cuidados para que não haja ressecamento excessivo da pele do animal. Além disso, peça a um membro não alérgico da família que escove o animal fora de casa, para remover os pelos e alérgenos soltos. A caspa e a saliva são as fontes de alérgenos em cães e gatos, mas a urina é a fonte de alérgenos de coelhos, hamsters e porquinhos-da-índia; peça a um membro não alérgico da família para limpar a gaiola do animal.

Os alérgenos dos animais podem se acumular em qualquer superfície horizontal e, mesmo, vertical da casa. Os colchões e almofadas devem ser encapados com plástico (capas com zíper) para prevenir a liberação de alergenos. A aspiração do pó não é eficaz em diminuir os alérgenos dos animais, pois não limpa os níveis mais profundos dos carpetes e tapetes. Na verdade, ela pode dispersar no ar pequenas partículas de alérgenos, que acabam não sendo aspiradas. O uso de um aspirador com filtro HEPA ou bolsas duplas pode ajudar. Do mesmo modo que com os ácaros, a melhor solução para o chão é madeira-de-lei, cerâmica ou fórmica.

Substitua as roupas de cama que possuam caspa animal nelas. Pode levar semanas ou meses até que os tecidos fiquem realmente limpos dos alérgenos, e os alérgenos de animais podem persistir por um ano ou mais, após a retirada do animal de casa.

Controlando as baratas
As baratas existem por mais de 300 milhões de anos. A maioria delas vive em climas quentes e tropicais, mas várias espécies convivem com os homens em suas casas e escritórios.

As baratas não são apenas um visitante malquisto em casa — uma proteína presente em suas fezes é um fator importante no desencadeamento de crises de asma, especialmente para crianças que vivem nos bairros mais pobres e densamente povoados das cidades. Para reduzir os sintomas da asma é importante eliminar as baratas.

Bloqueie os locais por onde as baratas poderiam entrar em casa, incluindo rachaduras, fendas nas paredes, janelas, brechas no chão e móveis de madeira, ralos, etc. As baratas precisam de água para sobreviver e só vivem em ambientes sob alta umidade. Conserte e vede todas as torneiras e canos que estejam vazando. Você também deverá solicitar uma dedetização feita por um profissional, a ser feita quando não houver ninguém da família (nem animais) em casa, para eliminar as baratas que restarem.

As baratas se sentem menos à vontade numa casa limpa e seca. Para evitar que elas retornem, mantenha os alimentos em recipientes bem vedados, e lave (ou leve para fora de casa) os pratos onde os animais de estimação acabaram de comer. Aspire e varra o chão após as refeições, e retire freqüentemente de casa o lixo acumulado. Use na cozinha cestinhas de lixo cobertas. Lave imediatamente os pratos após seu uso com detergente e água quente; não se esqueça de limpar as áreas debaixo de fogões, geladeiras, forninhos ou tostadeiras, onde se acumulam farelos e migalhas. Limpe regularmente a superfície do fogão e de armários, assim como outras superfícies na cozinha.

Controlando o mofo de dentro de casa
Mofos e bolores existem em áreas da casa que tenham alta umidade, como janelas de banheiros ou locais onde existam vazamentos. Esses fungos disseminam pequenos esporos que podem desencadear crises alérgicas.

Felizmente esses fungos são facilmente eliminados uma vez descobertos. Use uma solução contendo 5% de hipoclorito (água sanitária) e uma pequena quantidade de detergente. Se o mofo for visível no carpete ou papel de parede, remova esses itens de sua casa. Conserte prontamente qualquer vazamento que exista. Nunca coloque carpete em chãos de concreto ou úmidos, e evite guardar roupas, papéis e outros ítens em locais úmidos.

O uso de desumidificadores geralmente consegue controlar a umidade por toda a casa. Esvazie a água dos desumidificadores e limpe a aparelhagem regularmente para impedir que apareçam bolores. Todos os aposentos, especialmente banheiros e cozinhas, precisam de boa ventilação e limpeza constante para impedir o crescimento de fungos.

Dicas adicionais
Manter as janelas abertas, ainda que tentador, nem sempre é boa solução - pode trazer para dentro de casa alérgenos externos como esporos de mofo e polens. Nesses casos, use ar condicionado para limpar, recircular e desumidificar o ar de casa.

Nos casos mais extremos, você pode considerar o uso de filtros de ar, muitos dos quais podem ser usados junto sistemas de ar condicionado. Eles incluem os sistemas de filtragem HEPA; filtros mecânicos com uso de filtros descartáveis de fibra de vidro (a serem trocados mensalmente); filtros eletrostáticos que utilizam as propriedades eletrostáticas do polipropileno e do poliéster para limpar o ar. As placas dos filtros devem ser limpas frequentemente para não produzirem ozônio, que é irritante. Saiba, no entanto, que em nenhum deles foi demonstrado cientificamente que retiram os alérgenos ou diminuem os sintomas de asma ou alergias. Do mesmo modo, não foi demonstrado cientificamente que a limpeza dos ductos de ar condicionado, que é cara, seja eficaz na redução das crises alérgicas. É mais eficaz implementar as medidas de controle do ambiente para reduzir os alergenos.

Os alérgicos e asmáticos deveriam também evitar irritantes como fumaça de cigarro e outras fumaças, aerossóis, tintas, perfumes, produtos de limpeza ou outros cheiros fortes.

Tratamento da alergia
As medidas de controle do ambiente doméstico devem focar os locais onde se acumulam os alérgenos. Através da história clínica e dos testes alérgicos, se necessários, o alergista pode ajudá-lo a determinar que alérgenos provocam seus sintomas. As medidas de controle diferem para os ácaros, animais, baratas e fungos. Para o alívio de seus sintomas, o alergista poderá também receitar medicações adequadas, como anti-histamínicos, descongestionantes e anti-asmáticos.

Mudar seu ambiente doméstico pode levar algum tempo. Para começar, faça uma lista de prioridades. Essas mudanças produzirão um ambiente em casa que será menos alergênico, mais fácil de ser limpo, e mais saudável para toda a família.

Fonte: adaptado de Alergohouse, com texto original elaborado pela
American Academy of Allergy, Asthma and Immunology (AAAAI)
http://www.alergiainfantil.com/alergenos_domiciliares.htm