sábado, 24 de outubro de 2009

Alergias e Intolerâncias Alimentares

Alergias e Intolerâncias Alimentares

Dra. Solange Burri - Consultora em Alimentação
Projecto babySol® - Segurança Alimentar e Nutrição Infantil


Data:  Setembro, 2009


  A alimentação infantil, sobretudo nas idades mais precoces, é sempre uma tarefa difícil. Mas quando a criança sofre de alergias ou qualquer outro tipo de intolerância alimentar, o processo torna-se, em simultâneo, complexo, extremamente desgastante e altamente responsável. A vida da criança pode estar em causa, em cada produto, em cada colher, e nas quantidades mais baixas, pois há riscos. Sérios riscos.

  Ainda a agravar a este facto surge a escassa oferta em Portugal para indivíduos com alergias: faltam ideias e produtos também. E preços acessíveis que permitam suportar o orçamento doméstico e tornar exequível a alimentação especial. O resultado não poderia ser pior: uma alimentação monótona e pouco prática que cansa a criança e a impede de um crescente desenvolvimento palativo, mas também que a pressiona por factores psicossociais como a ansiedade da família e a difícil integração na sociedade, aspectos que se enraizam a médio prazo e desgastam sobretudo o convívio social. Portanto, os critérios alimentares extinguem-se muito antes de seres implementados e são necessárias medidas que apoiem esta Alimentação...urgentemente!

  Há 3 aspectos fundamentais, logo à partida, a ter em consideração quando se pretende avaliar o modo como as crianças alérgicas devem ser apoiadas:

  - O tipo de inadaptabilidade alimentar: alergia ou intolerância? E este aspecto é vital pois as alergias são extremamente meticulosas e cuja hipersensibilidade pode ser na ordem de pequeníssimas quantidades de alimento. A intolerância é mais permeável e não exige um controlo tão rigoroso na análise do rótulo alimentar. Portanto, cuidado na adopção de conselhos de amigos, e familiares, pois nem sempre se enquadram no quadro clínico que a sua criança apresenta;

  - Outro aspecto fatídico, é o alimento alvo que oferece perigo à criança, sabendo-se também que uma criança susceptível a determinado alimento poderá ser, na maior parte dos casos, vulnerável a outros alimentos com carácter alérgeno (ex. soja, ovo, peixe, amendoim...). Este aspecto adquire uma dimensão básica quando nos apercebemos que alguns destes ingredientes, ainda que em pequenas quantidades, são utilizados como adjuvantes tecnológicos apenas para melhorar a textura de produtos alimentares processados. O resultado: aumento da restrição dos alimentos a introduzir na dieta infantil...

  - Por último, e de pertinência acentuada, é a idade da criança, sobretudo porque é preciso respeitar (também!) as suas exigentes especificidades nutricionais face a todas as limitações impostas pelo médico e ... que o mercado disponibiliza!

  Portanto, retratado estes cruciais aspectos é pois altura de esquematizar o que, efectivamente, é possível fazer:

  Alergias alimentares

  Leite de vaca
  Se representa o alimento a evitar, e estando o bebé já desmamado, substitua-o por leites de origem vegetal: de soja, de aveia, de amêndoa. Saiba contudo que a soja é também um alimento alérgeno e inadequado para crianças com idade inferior a 12 meses, pela sua difícil digestibilidade e interacção com o sistema hormonal. Além disso não deve ser dado de forma contínua, razões pelas quais o consumo infantil deste alimento, nas suas diferentes formas de apresentação, deve ser bem avaliado. É pois importante que adquira papas sem leite na sua composição e as prepare com estes leites, de origem vegetal. Deve igualmente ter em atenção a proibição de iogurtes, bolachas e pão, que contenham leite, ou vestígios deste (soro, manteiga) na sua constituição. Existe alguma variedade de bolachas biológicas que pode adquirir e de pão também. Os iogurtes, no geral, estão todos desaconselhados pelo que considero interessante o consumo de kefir, elaborado a partir de um leite vegetal.... A única gordura permitida para cozinhar é o azeite, excepcional pelas suas propriedades nutricionais.

  A alimentação infantil, neste caso, fica sufocadamente restrita. A resolução passa, sobretudo, pela adopção de uma dieta o mais natural possível, à base de fruta, cereais e outras fontes de proteína animal, como a carne e o ovo, de acordo com as recomendações do pediatra ou alergologista... Por outro lado, é necessário impedir, a todo o custo, a privação da ingestão de cálcio, exigente nas idades mais precoces e comum em crianças com alergia à Proteína do Leite de Vaca (PLV). É pois importante complementar a alimentação com legumes verdes como os bróculos, espinafres e agriões, também ricos neste mineral.

  Ovo
  Existente em grande parte nos alimentos processados, é mais fácil de o detectar, e evitar. A má notícia é que este tipo de alergia, na maior parte dos casos, veio para ficar...ao contrário das restantes. De evitar sobretudo os alimentos processados, como por exemplo bolachas, croissants e outros alimentos processados! Nas Festas, forneça uma simpática lista dos alimentos a evitar a quem convidar a criança... Afinal numa idade mais avançada a criança está sensibilizada, e deve, integrar-se socialmente. É importante.

  Intolerâncias alimentares

  Lactose
 Presente nos produtos lácteos, de facto a fermentação anula o seu efeito, já que as bactérias fermentativas transformam este açúcar natural em ácido láctico, aceite pelo organismo da pessoa intolerante. Mas, na verdade, este facto não pode ser assumido como efectivo pois pode acontecer o seguinte: a) os industriais interrompem a fermentação, antes de terminar, garantindo assim menor acidez no iogurte mas permitindo vestígios residuais de lactose; b) para tornar os iogurtes mais doces, de uma forma mascaradamente saudável, adicionam lactose como substituinte do açúcar convencional. Deste modo, é pois inseguro recorrer aos iogurtes à base de leite de vaca, devendo ser substituídos pelos análogos à base de soja, mas alternando sempre, com outros alimentos como a fruta. Favoravelmente, poderá recorrer aos leites comerciais 0% lactose que, apesar de dispendiosos, são alternativas interessantes com que poderá cozinhar também.

  Glúten
  Este ingrediente, dentro das intolerâncias alimentares, e portanto de menor impacto, representa contudo um verdadeiro obstáculo. Mais uma vez, e tal como o leite de vaca e o ovo, porque representa um alimento que contribui para ajustar a textura de imensos alimentos processados. De evitar, a todo o custo, o trigo, o centeio e na dúvida, a aveia. Recorra unicamente aos alimentos que contenham milho na sua composição. E claro está, mais uma vez, cuidado com as bolachas e o pão. Será favorável considerar a possibilidade de fazer em casa, pão e bolachas, a partir de farinhas próprias. Alguns produtos rotulados sem glúten oferecem pouca confiança pois a substituição tecnológica deste componente veicula outros ingredientes, sobretudo aditivos, pouco interessantes e também de efeito negativo no organismo infantil. A boa notícia é que este tipo de intolerância desaparece nos primeiros anos de vida, na maior parte dos casos...

  Por último, considera-se fundamental evitar transmitir à criança alérgica situações, ainda que justificadas, de ansiedade. Se possível, a família deve interiorizar a necessidade de todo o seio familiar, sobretudo quando a criança já está mais crescida, deve também evitar os alimentos processados proibidos na sua alimentação para evitar um maior constrangimento infantil.

  BabySol® informa que, estas recomendações têm apenas carácter informativo não substituindo nunca as visita periódicas ao pediatra que, em todos os casos - alergias/intolerâncias ou não - são extremamente importantes.

Projecto babySol® - Segurança Alimentar e Nutrição Infantil
www.solangeburri.blogspot.com

http://www.portaldacrianca.com.pt/artigosa.php?id=90

terça-feira, 28 de abril de 2009

Primeira reunião de trabalho para constituição da Associação

Caríssimos/as,

Como é do Vosso conhecimento, no final de Janeiro deste ano, o Colectivo Multimédia Perve, Associação sem fins lucrativos fundada em 1997, em parceria com a Perve Galeria, realizou um Leilão Solidário com o propósito de angariar verbas que permitissem a constituição da A.N.A.D.A.D.A. - Associação Nacional de Apoio a Doentes Alérgicos com Dermatite Atópica e Suas Famílias. A esse respeito, há a dizer que pretendemos dar início ao processo que visa formalizar sob a forma de estatutos a referida Associação.

Nesse sentido, considera-se oportuno estabelecer-se a programação de um pequeno ciclo de encontros para discussão dos pressupostos e objectivos que tal Associação deve ter, pelo que, em conformidade, vimos estabelecer a data para a 1ª reunião a acontecer nas instalações da Perve Galeria, Sábado, dia 9 de Maio, pelas 16h30.

O presente e-mail é, pois, um apelo para participação na reflexão conjunta que pretendemos realizar, sugerindo que nos enviem de forma tão desenvolvida quanto possível os tópicos que considerem de conveniente discussão neste contexto inicial, o que não exclui a possibilidade de se abordarem aspectos diversos no momento mas antes visa criar uma plataforma prévia para discussão.

Não obstante outros elementos que possam vir a ser considerados na sequência dos dados a apresentar por vós, propomos que nessa mesma reunião seja discutida e estruturada a forma de tornar pública esta causa seja junto da sociedade em geral seja junto das entidades competente na área da saúde, da segurança alimentar, da assistência social, etc.

Consideramos ainda importante abordar temas especificamente ligados à orgânica da associação nomeadamente ao nível de:

Estatutos; Objectivos; Práticas; Sustentabilidade e Auto-financiamento; Estruturas; Parcerias; Apoios a Angariar; Pessoas a convidar, etc.

Agradecemos desde já o empenho de cada um e aproveitamos para solicitar que nos enviem contactos de pessoas que possam ter interesse em participar nesta Associação.

Com os nossos melhores cumprimentos,

P'lo Colectivo Multimédia Perve

Carlos Cabral Nunes | Pres. Dir.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Hambúrguer de Soja


Hambúrguer de Soja


Esta receita permite fazer croquetes, almôndegas e hambúrguer de soja o que permite variar alem do que a soja rende muito é por isso bom quando há muita gente a jantar.

Preparado de soja:
1 pacote de granulado de soja
1 cebola picada
3 dentes de alho picado
meia lata de tomate pelado cortado
salsa
sal
pimenta
molho de soja
farinha
1 ovo

Numa Tigela deita-se o granulado de soja e cobre-se com água e deixa-se inchar ( se qusierem fica mais gostoso se a água tiver um caldo de carne dissolvido) depois escorram oexcedente de água ( normalmente não há) e juntem os restantes ingredientes excepto a farinha e misturem.
no fim juntem um pouco de farinha e o ovo para ligar a massa.

a partir daqui fica ao vosso critério: almôndegas, croquetes é só enrolar normalmente.
Quanto aos hambúrguers também se fazem normalmente mas se quiserem passem-nos por pão ralado e fritem-nos , sirvam depois com legumes.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Alergia e intolerância alimentar

Alergia e intolerância alimentar
Uma alergia alimentar é uma reacção alérgica a um alimento em particular. Uma doença muito mais comum, a intolerância alimentar, não é uma reacção alérgica, porém constitui um efeito indesejável causado pela ingestão de um determinado alimento.

São muitas as pessoas que não podem tolerar certos alimentos, por motivos vários que não são a alergia: podem, por exemplo, não possuir o enzima necessário para os digerir. Se o sistema digestivo não puder tolerar certos alimentos, o resultado pode ser uma perturbação gastrointestinal, gases, náuseas, diarreia ou outros problemas. Em geral as reacções alérgicas não são responsáveis por este conjunto de sintomas. Existem várias pretensões controversas acerca da «alergia alimentar», nas quais se culpa certos alimentos por problemas que vão desde a hiperactividade infantil à fadiga crónica. Outras opiniões pouco fundadas atribuem à alergia alimentar a culpa pela artrite, pelo baixo rendimento desportivo, pela depressão e outros problemas.

Sintomas

Um problema comum, que pode ser uma manifestação de alergia alimentar, começa na infância e surge habitualmente quando na família existem casos de doenças atópicas (como a rinite alérgica ou a asma alérgica). O primeiro indício de predisposição alérgica pode ser uma erupção cutânea como o eczema (dermatite atópica). A referida erupção pode ser ou não acompanhada por sintomas gastrointestinais, como náuseas, vómitos e diarreia, e pode ou não ser causada por uma alergia alimentar. Quando a criança completa o seu primeiro ano de vida, o eczema já quase não é problema. As crianças com alergias a certos alimentos provavelmente contrairão outras doenças atópicas à medida que crescem, como a asma alérgica e a rinite alérgica estacional. Contudo, nos adultos e crianças com mais de 10 anos é muito pouco provável que os alimentos sejam responsáveis pelos sintomas respiratórios, apesar das provas cutâneas (da pele) serem positivas.

Algumas pessoas sofrem reacções alérgicas muito graves, face a potentes alergénios específicos dos alimentos, em especial as nozes, os legumes, os mariscos e as sementes. Os indivíduos alérgicos a esses alimentos podem reagir violentamente ao comer uma quantidade mínima da substância em questão. Pode ficar coberto de uma erupção em todo o corpo, sentir a sua garganta a inflamar-se até se fechar e ter dificuldades respiratórias. Uma queda repentina da tensão arterial pode causar enjoos e um colapso. Esta emergência, potencialmente mortal, recebe o nome de anafilaxia. (Ver secção 16, capítulo 169) Algumas pessoas só sofrem de anafilaxia quando efectuam exercícios físicos imediatamente depois de comer o alimento a que são alérgicas. (Ver secção 16, capítulo 169)

Os aditivos alimentares podem provocar sintomas como resultado de uma alergia ou de uma intolerância. Alguns alimentos contêm toxinas ou substâncias químicas (por exemplo, histamina) que são responsáveis por reacções adversas não alérgicas. Compostos como o glutamato monossódico (GMS) não causam alergias. Os sulfitos (por exemplo, o metabissulfito, presente em muitos produtos alimentares como conservante) e os corantes (por exemplo a tartrazina, um corante amarelo que é usado nos caramelos, nas bebidas não alcoólicas e em muitas comidas preparadas comercialmente) provocam asma e urticária nas pessoas sensíveis a estas substâncias. Outras sofrem enxaquecas após comer certos alimentos.

As alergias e as intolerâncias alimentares costumam ser bastante óbvias, apesar de nem sempre ser fácil distinguir uma verdadeira alergia de uma intolerância. Nos adultos, a digestão aparentemente evita as respostas alérgicas face a muitos alergénios ingeridos oralmente. Um exemplo é a asma dos padeiros, na qual os trabalhadores das padarias começam a asfixiar quando respiram o pó da farinha ou outros grãos, apesar de poderem comê-lo sem sofrer nenhuma reacção alérgica.

Diagnóstico

Os testes cutâneos permitem, em alguns casos, diagnosticar uma alergia alimentar; um resultado positivo não significa necessariamente que um indivíduo seja alérgico a um alimento em particular, porém um resultado negativo assinala que é improvável que seja sensível ao referido alimento. Depois de um resultado positivo num teste cutâneo, o alergologista pode necessitar de fazer uma prova oral para chegar ao diagnóstico definitivo. Numa prova de provocação oral, o alimento suspeito é escondido noutra substância, como o leite ou a compota de maçã, e o paciente ingere-a. Se não surgirem sintomas, a pessoa não é alérgica àquele alimento. Os melhores testes são as provas «cegas», ou seja, o alimento em questão está efectivamente misturado com outra substância, mas por vezes não está. Desta forma o médico pode determinar com certeza se o doente apresenta alergia a esse alimento em especial.

Uma dieta de eliminação pode ajudar a identificar a causa de uma alergia. A pessoa deixa de ingerir os alimentos que presumivelmente estão a provocar os sintomas. Mais tarde começam a introduzir-se na dieta um a um. O médico pode sugerir a dieta com a qual se deverá começar, que terá de ser rigidamente cumprida e só deverá conter produtos puros. Não é fácil seguir essa dieta, porque muitos produtos alimentares estão escondidos, fazendo parte, como ingredientes, de outros alimentos. Por exemplo, o pão de centeio comum contém um pouco de farinha de trigo. Não se podem consumir mais alimentos nem bebidas do que os especificados na dieta inicial. Não é aconselhável comer em restaurantes, pois a pessoa (e o médico) deve conhecer cada ingrediente de todos os pratos que comer.

Tratamento

Não existe outro tratamento específico para as alergias alimentares senão deixar de ingerir os alimentos que as desencadeiam. Os indivíduos gravemente alérgicos que sofrem erupções, edema (urticária) dos lábios e da garganta e que podem mesmo não conseguir respirar, devem tomar a precaução de evitar os alimentos que os afectam.

A dessensibilização, que se pratica comendo pequenas quantidades de um alimento ou colocando gotas de extracto de alimentos debaixo da língua, não tem dado bons resultados. Os anti-histamínicos revelam-se pouco práticos como terapia de prevenção, mas podem ser benéficos em reacções gerais agudas com urticária e na urticária gigante (angioedema).

http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D195%26cn%3D1683




Alimentos que com mais frequência causam alergia

Leite
Ovos
Marisco
Nozes
Trigo
Amendoins
Soja
Chocolate

Reacções alérgicas


As reacções alérgicas, também chamadas reacções de hipersensibilidade, são reacções do sistema imunitário em que o tecido corporal normal fica lesado. O mecanismo pelo qual o sistema imunitário defende o corpo é semelhante àquele que produz uma reacção de hipersensibilidade que pode prejudicá-lo. Como consequência, os anticorpos, os linfócitos e outras células, que são componentes protectores do sistema imunitário (Ver secção 16, capítulo 167), participam nas reacções alérgicas tanto como nas reacções às transfusões sanguíneas, na doença auto-imune e na rejeição de um órgão transplantado.

Quando as pessoas falam de uma reacção alérgica, estão a fazer referência às reacções que envolvem os anticorpos da classe imunoglobulina E (IgE). Os anticorpos IgE unem-se a células especiais como os basófilos da circulação e as células gordas dos tecidos. Quando os anticorpos IgE que estão ligados a essas células encontram antigénios, neste caso chamados alergénios, as células vêem-se obrigadas a libertar produtos químicos que lesam os tecidos circundantes. Um alergénio pode ser qualquer coisa (uma partícula de pó, o pólen duma planta, um medicamento ou um alimento) que actue como um antigénio para estimular uma resposta imune.

Por vezes utiliza-se o termo de doença atópica para descrever um grupo de afecções, frequentemente hereditárias, que são mediadas pela IgE, como a rinite alérgica e a asma alérgica. As doenças atópicas manifestam-se pela sua tendência em produzir anticorpos de IgE face a inalantes inofensivos, como o pólen, o bolor, os tegumentos animais e as partículas de pó. O eczema (dermatite atópica) é também uma doença atópica, apesar de nesta perturbação o papel dos anticorpos IgE ser menos claro. (Ver secção 18, capítulo 194) No entanto, um indivíduo com uma doença atópica não corre riscos superiores aos outros indivíduos de desenvolver anticorpos IgE face a alergénios injectados, tais como medicamentos ou venenos de insectos.

As reacções alérgicas podem ser ligeiras ou graves. A maioria delas consiste apenas no incómodo que representa o lacrimejar e o ardor nos olhos, além de alguns espirros. No extremo oposto, as reacções alérgicas podem pôr a vida em perigo se causarem uma dificuldade respiratória grave, um mau funcionamento do coração e uma baixa acentuada da tensão arterial, que pode acabar em choque. Este tipo de reacção, chamada anafilaxia, pode afectar as pessoas fracas em situações distintas, como após ingerir certos alimentos, depois de tomar determinados medicamentos ou pela picada de uma abelha.

Diagnóstico

Como cada reacção alérgica é desencadeada por um alergénio específico, o principal objectivo do diagnóstico é identificar esse alergénio. O alergénio pode ser uma planta sazonal ou o produto de uma planta, como o pólen da erva ou a ambrosia, ou uma substância como a caspa do gato, certos medicamentos ou algum alimento em particular. O alergénio pode causar uma reacção alérgica quando se deposita na pele ou quando entra num olho, é inalado, ingerido ou injectado. Com frequência o alergénio consegue ser identificado através de um cuidadoso trabalho de investigação levado a cabo quer pelo médico, quer pelo paciente.

Existem provas que podem ajudar a determinar se os sintomas estão relacionados com a alergia e a identificar o alergénio implicado. Uma amostra de sangue pode revelar muitos eosinófilos, um tipo de glóbulo branco cujo número costuma aumentar durante as reacções alérgicas. A prova cutânea RAST (teste radio-alergo-absorvente) mede as concentrações no sangue de anticorpos IgE específicos de um determinado alergénio, o qual pode ajudar a diagnosticar uma reacção alérgica da pele, uma rinite alérgica estacional ou uma asma alérgica.

As provas cutâneas são mais úteis para identificar alergénios concretos. Para efectuar estes testes injectam-se individualmente na pele da pessoa pequenas quantidades de soluções diluídas, preparadas com extractos de árvores, ervas, pólen, pó, pêlo de animais, veneno de insectos e determinados alimentos, além de certos fármacos. Se o indivíduo for alérgico a uma ou mais dessas substâncias, o local onde se tiver injectado a solução converte-se numa pápula edematosa (uma inflamação com vermelhidão à volta) num prazo de 15 a 20 minutos. A prova RAST pode ser utilizada nos casos em que não seja possível efectuar um teste cutâneo ou em que se não revele seguro executá-lo. Ambas as provas são altamente específicas e precisas, embora o teste cutâneo seja geralmente um pouco mais exacto, costume ser mais económico e permita conhecer de imediato o resultado.

Tratamento

Evitar um alergénio é melhor do que tentar tratar uma reacção alérgica. Evitar uma substância pode implicar deixar de ingerir um determinado medicamento, instalar ar condicionado com filtros, renunciar a ter um animal de companhia em casa ou não consumir certo tipo de alimentos. Por vezes um indivíduo alérgico a uma substância relacionada com um determinado trabalho vê-se obrigado a mudar de emprego. As pessoas com alergias sazonais fortes podem encarar a possibilidade de se transferir para uma região onde não exista esse alergénio.

Outras medidas consistem em reduzir a exposição a um determinado alergénio. Por exemplo, uma pessoa alérgica ao pó da casa pode eliminar todo o mobiliário, tapetes e cortinas que acumulem pó; cobrir colchões e almofadas com protecções plásticas; aspirar o pó e limpar os compartimentos com um pano húmido com bastante frequência; usar ar condicionado para reduzir a elevada humidade interior que favorece a multiplicação dos ácaros do pó e instalar filtros de ar extremamente eficientes.

Dado que alguns alergénios, em especial os transportados pelo ar, não podem ser evitados, os médicos costumam utilizar métodos para bloquear a resposta alérgica e prescrevem medicamentos para aliviar os sintomas.

Imunoterapia alergénica

Quando se não pode evitar um alergénio, a imunoterapia alergénica (injecções contra a alergia) pode fornecer uma solução alternativa. A imunoterapia consiste em injectar quantidades diminutas de alergénio sob a pele em doses gradualmente maiores até chegar a um nível de manutenção. Este tratamento estimula o organismo a produzir anticorpos bloqueadores ou neutralizantes que possam evitar uma reacção alérgica. Finalmente, o nível de anticorpos IgE, que reagem com o antigénio, também pode descer. A imunoterapia deve ser executada com cuidado, porque uma exposição demasiado antecipada a uma dose elevada de alergénio pode desencadear outra reacção alérgica.

Apesar de muitas pessoas poderem ser submetidas a uma imunoterapia alergénica e os estudos demonstrarem que ela é benéfica, a relação custo-eficácia e risco-benefício nem sempre é favorável. Algumas pessoas e certas alergias tendem a responder melhor do que outras. A imunoterapia é com mais frequência utilizada por indivíduos alérgicos ao pólen, aos ácaros do pó da casa, ao veneno dos insectos e ao pêlo animal. No caso da alergia a certos alimentos não se recomenda a imunoterapia devido ao risco de anafilaxia.

O processo atinge a sua eficácia máxima quando se fazem injecções de manutenção durante todo o ano. De início, os tratamentos são habitualmente praticados uma vez por semana; a maioria das pessoas pode prosseguir com injecções de manutenção cada 4 ou 6 semanas.

Dado que uma injecção de imunoterapia pode provocar reacções adversas, os médicos costumam insistir para que o paciente permaneça no seu consultório durante pelo menos 20 minutos após a injecção. Os espirros, a tosse, a vermelhidão, a sensação de formigueiro, o ardor, a opressão no peito, a respiração ofegante e a urticária são tudo sintomas possíveis de uma reacção alérgica. Se o indivíduo apresenta sintomas ligeiros, a medicação (geralmente anti-histamínicos, como a difenhidramina e a clorfeniramina) pode ajudar a interromper a reacção alérgica. As reacções mais graves requerem uma injecção de adrenalina.

Anti-histamínicos

Os anti-histamínicos são os fármacos mais vulgarmente utilizados para tratar as alergias (mas não devem usar-se para tratar a asma). No organismo há dois tipos de receptores de histamina: histamina 1 (H1) e histamina 2 (H2). O termo anti-histamínico costuma fazer referência aos medicamentos que bloqueiam o receptor de histamina1; a estimulação desse receptor com histamina produz lesões nos tecidos. Os bloqueadores de histamina1 não deveriam ser confundidos com os fármacos que bloqueiam o receptor de histamina2 (bloqueadores H 2), que são utilizados para tratar as úlceras pépticas e a azia.

Muitos dos efeitos desagradáveis, mas de importância menor, que uma reacção alérgica provoca (ardor nos olhos, pingo no nariz e picadas na pele) são causados pela libertação de histamina. Outros efeitos da histamina, como a falta de ar, a baixa da pressão arterial e o edema da garganta, que pode impedir a passagem do ar, são mais perigosos.

Todos os anti-histamínicos têm efeitos similares; diferem muito é nos seus indesejáveis efeitos adversos. Quer os efeitos pretendidos, quer os geralmente indesejados variam substancialmente conforme o anti-histamínico específico e a pessoa que o usa. Por exemplo, alguns anti-histamínicos têm um efeito sedativo maior do que outros, apesar de a susceptibilidade a este efeito variar de forma considerável. Em alguns casos, os efeitos geralmente considerados indesejáveis podem ser utilizados em benefício da pessoa. Por exemplo, dado que alguns anti-histamínicos têm o que se designa por efeitos colinérgicos (que secam as mucosas), podem ser empregues no alívio da rinorreia nasal causada por uma constipação.

Alguns anti-histamínicos podem ser adquiridos sem receita médica (são de venda livre); podem ser de acção breve ou prolongada e é possível combiná-los com descongestionantes, que contraem os vasos sanguíneos e ajudam a reduzir a congestão nasal. (Ver secção 2, capítulo 13) Outros anti-histamínicos necessitam de prescrição e supervisão médicas.

A maioria destes medicamentos tende a causar sonolência. De facto, dado o seu poderoso efeito sedativo, os anti-histamínicos são o ingrediente activo em muitos dos produtos de venda livre que ajudam a conciliar o sono. A maioria dos anti-histamínicos tem também fortes efeitos anticolinérgicos, que podem provocar confusão, enjoo, secura da boca, prisão de ventre, dificuldade em urinar e visão turva, em particular nos idosos. (Ver tabela da secção 2, capítulo 9) De qualquer modo, a maioria das pessoas não sofre efeitos secundários e pode utilizar medicamentos de venda livre, que custam muito menos do que os anti-histamínicos não sedativos vendidos apenas com receita. A sonolência e outros efeitos secundários podem ser minimizados começando com uma dose pequena e aumentando-a gradualmente até chegar a uma dose que consiga combater os sintomas. Actualmente existe um grupo de anti-histamínicos não sedativos que, além disso, não produz efeitos anticolinérgicos. Neste grupo estão o astemizol, a cetirizina, a loratadina e a terfenadina.

Tipos de reacções alérgicas

Os diferentes tipos de reacções alérgicas são geralmente classificados de acordo com a sua causa, a parte do corpo mais afectada e ainda alguns outros factores.

A rinite alérgica é uma reacção alérgica muito comum. Trata-se de uma alergia às partículas que o ar transporta (em regra pólen e ervas, mas por vezes bolores, pós e pêlo de animais) e que provocam espirros, ardor, rinorreia ou congestão nasal, ardor cutâneo e irritação nos olhos. A rinite alérgica pode ser estacional ou perenial (durante todo o ano).


A rinite alérgica estacional é uma alergia ao pólen que o ar transporta, vulgarmente chamada febre dos fenos ou polinose.

As estações do pólen variam consideravelmente nas diversas regiões de um mesmo país. Acontece, por vezes, que a alergia estacional é causada por esporos de fungos.

Sintomas e diagnóstico

Quando começa a estação do pólen, o nariz, o palato, a parte posterior da garganta e os olhos começam a arder gradualmente ou de forma brusca. Geralmente os olhos lacrimejam, começam os espirros e costuma cair uma aguadilha clara pelo nariz. Algumas pessoas têm dores de cabeça, tosse e respiração ofegante; estão irritáveis e deprimidas; perdem o apetite e têm dificuldade em conciliar o sono. A face interna das pálpebras e o branco dos olhos podem inflamar-se (conjuntivite). O revestimento do nariz pode inflamar-se e adoptar uma cor vermelho-azulada, gotejando e mostrando congestão nasal.

A rinite alérgica estacional é habitualmente fácil de reconhecer. As provas cutâneas e os sintomas que o indivíduo apresenta podem ajudar o médico a determinar qual o pólen que está a causar o problema.

Tratamento

Os anti-histamínicos constituem geralmente o tratamento inicial para a rinite alérgica estacional. Por vezes toma-se um descongestionante como a pseudoefedrina ou a fenilpropanolamina por via oral juntamente com o anti-histamínico, para aliviar a rinorreia e a congestão nasal.

No entanto, as pessoas com tensão arterial elevada deveriam evitar os descongestionantes, a menos que o seu uso seja recomendado e controlado por um médico.

O cromoglicato de sódio, um aerossol nasal, é outro fármaco que pode revelar-se benéfico. O cromoglicato necessita de receita médica e é mais caro do que os anti-histamínicos vulgares; os seus efeitos limitam-se geralmente às áreas em que é aplicado, como o nariz e a parte posterior da garganta. Quando os anti-histamínicos e o cromoglicato não conseguem controlar os incómodos sintomas alérgicos, o médico pode prescrever aerossóis de corticosteróides. São acentuadamente eficazes e, de entre eles, os de criação mais recente não apresentam efeitos secundário adversos. Quando todas estas medidas falham, pode ser necessário recorrer aos corticosteróides orais durante um período breve (em regra menos de 10 dias) para conseguir dominar uma situação difícil.

As pessoas que registam efeitos secundários graves com muitos medicamentos, aquelas que têm de tomar com frequência corticosteróides orais ou as que sofrem de asma, deveriam considerar a hipótese de se submeterem à imunoterapia alergénica, uma série de injecções que podem ajudar a evitar os sintomas da alergia. (Ver secção 16, capítulo 169) A imunoterapia alergénica para a rinite estacional deve começar meses antes da época da polinização.


A rinite alérgica perenial (todo o ano) produz sintomas semelhantes aos da rinite alérgica estacional, que variam, porém, de intensidade, geralmente de forma imprevisível, durante todo o ano.

Os alergénios da rinite alérgica perenial podem ser os ácaros do pó da casa, as penas, o pêlo animal ou o bolor. Não é habitual o indivíduo ter conjuntivite. A congestão nasal, essa frequente, pode obstruir as trompas de Eustáquio dos ouvidos e causar problemas auditivos, especialmente nas crianças. O médico deve distinguir a rinite alérgica perenial das infecções recorrentes dos seios (sinusite) e das formações anormais que afectam o nariz (pólipos nasais). (Ver secção 19, capítulo 213) A sinusite e os pólipos nasais podem ser complicações da rinite alérgica.

Algumas pessoas que sofrem de inflamação nasal crónica, sinusite, pólipos nasais, que têm resultados negativos nos testes cutâneos e apresentam uma grande quantidade de eosinófilos (um tipo de glóbulo branco) nas suas secreções basais, tendem a ter reacções graves com a aspirina e outros fármacos anti-inflamatórios não esteróides. A referida reacção adversa costuma manifestar-se sob a forma de um ataque de asma difícil de tratar. As pessoas propensas a manifestar esta reacção deveriam evitar o uso de fármacos anti-inflamatórios não esteróides.

Aqueles que apresentam o nariz cronicamente congestionado, mas que não estão afectados de sinusite, pólipos nasais nem de alergia visível, podem ter uma doença diferente (rinite vasomotora), cuja origem não é alérgica. (Ver secção 19, capítulo 213)

Tratamento

Se forem identificados alergénios específicos, o tratamento para a rinite alérgica perenial é muito parecido com o da rinite alérgica estacional. Apesar de, como regra geral, não ser recomendável o uso de corticosteróides orais, os aerossóis nasais de venda através de receita podem ser muito benéficos. As gotas nasais ou os aerossóis descongestionantes de venda livre não deverão ser usados mais de poucos dias de cada vez, porque recorrer a eles continuamente durante uma semana ou mais pode causar um efeito de ricochete que pode piorar ou prolongar a inflamação nasal. Em alguns casos é necessário recorrer à cirurgia para eliminar os pólipos nasais ou para tratar uma infecção dos seios perinasais.


A conjuntivite alérgica é uma inflamação de origem alérgica da conjuntiva, a fina membrana que reveste a face interna das pálpebras e parte da superfície externa do olho.

Na maioria das pessoas, a conjuntivite alérgica é parte de uma síndroma alérgica maior, como a rinite alérgica estacional. Contudo, pode ser a única perturbação que afecta as pessoas que têm contacto directo com certas substâncias transportadas pelo vento, como o pólen, os esporos fúngicos, o pó e o pêlo de certos animais. O branco do olho torna-se vermelho, inflama-se, os olhos ardem e podem «chorar» intensamente. As pálpebras podem inchar e avermelhar-se.

A sensibilização, que é uma exposição a um determinado antigénio que provoca uma reacção de hipersensibilidade, também pode ocorrer quando se utilizam gotas e pomadas para os olhos, cosméticos, como marcador dos olhos ou pó facial, ou produtos químicos que chegam aos olhos através dos dedos (como pode acontecer quando alguém trabalha com produtos desse tipo). Estas reacções, que geralmente afectam a pele da pálpebra e aquela que rodeia o olho, são exemplos de dermatite de contacto.

Conjuntivite

Observe-se o aspecto inflamado (hipervascularizado) da conjuntiva.

Tratamento

Os anti-histamínicos orais são o principal tratamento para a conjuntivite alérgica. Os anti-histamínicos também podem ser administrados sob a forma de gotas oculares, que geralmente se combinam com vasoconstritores para reduzir a vermelhidão.

Contudo, o anti-histamínico em si mesmo, ou algum outro componente da solução, agrava ainda mais a reacção alérgica, pelo que é, em geral, preferível recorrer aos anti-histamínicos orais. O cromoglicato, que também é apresentado sob a forma de gotas oftálmicas, evita os sintomas alérgicos quando um indivíduo supõe que irá entrar em contacto com um alergénio. As gotas oftálmicas que contêm corticosteróides podem ser utilizadas em casos muito sérios, mas podem causar complicações como o glaucoma. Um oftalmologista deve verificar a tensão ocular com regularidade quando um indivíduo está a ser tratado com corticosteróides aplicados directamente sobre os olhos.

Limpar os olhos com lavagens oculares suaves, como as lágrimas artificiais, pode ajudar a reduzir a irritação. Deverá evitar-se qualquer substância que possa estar a causar a reacção alérgica. Durante os episódios de conjuntivite não devem ser usadas lentes de contacto. Quando outros tratamentos não mostram resultados satisfatórios, pode recomendar-se a imunoterapia alergénica.


Uma alergia alimentar é uma reacção alérgica a um alimento em particular. Uma doença muito mais comum, a intolerância alimentar, não é uma reacção alérgica, porém constitui um efeito indesejável causado pela ingestão de um determinado alimento.

São muitas as pessoas que não podem tolerar certos alimentos, por motivos vários que não são a alergia: podem, por exemplo, não possuir o enzima necessário para os digerir. Se o sistema digestivo não puder tolerar certos alimentos, o resultado pode ser uma perturbação gastrointestinal, gases, náuseas, diarreia ou outros problemas. Em geral as reacções alérgicas não são responsáveis por este conjunto de sintomas. Existem várias pretensões controversas acerca da «alergia alimentar», nas quais se culpa certos alimentos por problemas que vão desde a hiperactividade infantil à fadiga crónica. Outras opiniões pouco fundadas atribuem à alergia alimentar a culpa pela artrite, pelo baixo rendimento desportivo, pela depressão e outros problemas.

Sintomas

Um problema comum, que pode ser uma manifestação de alergia alimentar, começa na infância e surge habitualmente quando na família existem casos de doenças atópicas (como a rinite alérgica ou a asma alérgica). O primeiro indício de predisposição alérgica pode ser uma erupção cutânea como o eczema (dermatite atópica). A referida erupção pode ser ou não acompanhada por sintomas gastrointestinais, como náuseas, vómitos e diarreia, e pode ou não ser causada por uma alergia alimentar. Quando a criança completa o seu primeiro ano de vida, o eczema já quase não é problema. As crianças com alergias a certos alimentos provavelmente contrairão outras doenças atópicas à medida que crescem, como a asma alérgica e a rinite alérgica estacional. Contudo, nos adultos e crianças com mais de 10 anos é muito pouco provável que os alimentos sejam responsáveis pelos sintomas respiratórios, apesar das provas cutâneas (da pele) serem positivas.

Algumas pessoas sofrem reacções alérgicas muito graves, face a potentes alergénios específicos dos alimentos, em especial as nozes, os legumes, os mariscos e as sementes. Os indivíduos alérgicos a esses alimentos podem reagir violentamente ao comer uma quantidade mínima da substância em questão. Pode ficar coberto de uma erupção em todo o corpo, sentir a sua garganta a inflamar-se até se fechar e ter dificuldades respiratórias. Uma queda repentina da tensão arterial pode causar enjoos e um colapso. Esta emergência, potencialmente mortal, recebe o nome de anafilaxia. (Ver secção 16, capítulo 169) Algumas pessoas só sofrem de anafilaxia quando efectuam exercícios físicos imediatamente depois de comer o alimento a que são alérgicas. (Ver secção 16, capítulo 169)

Os aditivos alimentares podem provocar sintomas como resultado de uma alergia ou de uma intolerância. Alguns alimentos contêm toxinas ou substâncias químicas (por exemplo, histamina) que são responsáveis por reacções adversas não alérgicas. Compostos como o glutamato monossódico (GMS) não causam alergias. Os sulfitos (por exemplo, o metabissulfito, presente em muitos produtos alimentares como conservante) e os corantes (por exemplo a tartrazina, um corante amarelo que é usado nos caramelos, nas bebidas não alcoólicas e em muitas comidas preparadas comercialmente) provocam asma e urticária nas pessoas sensíveis a estas substâncias. Outras sofrem enxaquecas após comer certos alimentos.

As alergias e as intolerâncias alimentares costumam ser bastante óbvias, apesar de nem sempre ser fácil distinguir uma verdadeira alergia de uma intolerância. Nos adultos, a digestão aparentemente evita as respostas alérgicas face a muitos alergénios ingeridos oralmente. Um exemplo é a asma dos padeiros, na qual os trabalhadores das padarias começam a asfixiar quando respiram o pó da farinha ou outros grãos, apesar de poderem comê-lo sem sofrer nenhuma reacção alérgica.

Diagnóstico

Os testes cutâneos permitem, em alguns casos, diagnosticar uma alergia alimentar; um resultado positivo não significa necessariamente que um indivíduo seja alérgico a um alimento em particular, porém um resultado negativo assinala que é improvável que seja sensível ao referido alimento. Depois de um resultado positivo num teste cutâneo, o alergologista pode necessitar de fazer uma prova oral para chegar ao diagnóstico definitivo. Numa prova de provocação oral, o alimento suspeito é escondido noutra substância, como o leite ou a compota de maçã, e o paciente ingere-a. Se não surgirem sintomas, a pessoa não é alérgica àquele alimento. Os melhores testes são as provas «cegas», ou seja, o alimento em questão está efectivamente misturado com outra substância, mas por vezes não está. Desta forma o médico pode determinar com certeza se o doente apresenta alergia a esse alimento em especial.

Uma dieta de eliminação pode ajudar a identificar a causa de uma alergia. A pessoa deixa de ingerir os alimentos que presumivelmente estão a provocar os sintomas. Mais tarde começam a introduzir-se na dieta um a um. O médico pode sugerir a dieta com a qual se deverá começar, que terá de ser rigidamente cumprida e só deverá conter produtos puros. Não é fácil seguir essa dieta, porque muitos produtos alimentares estão escondidos, fazendo parte, como ingredientes, de outros alimentos. Por exemplo, o pão de centeio comum contém um pouco de farinha de trigo. Não se podem consumir mais alimentos nem bebidas do que os especificados na dieta inicial. Não é aconselhável comer em restaurantes, pois a pessoa (e o médico) deve conhecer cada ingrediente de todos os pratos que comer.

Tratamento

Não existe outro tratamento específico para as alergias alimentares senão deixar de ingerir os alimentos que as desencadeiam. Os indivíduos gravemente alérgicos que sofrem erupções, edema (urticária) dos lábios e da garganta e que podem mesmo não conseguir respirar, devem tomar a precaução de evitar os alimentos que os afectam.

A dessensibilização, que se pratica comendo pequenas quantidades de um alimento ou colocando gotas de extracto de alimentos debaixo da língua, não tem dado bons resultados. Os anti-histamínicos revelam-se pouco práticos como terapia de prevenção, mas podem ser benéficos em reacções gerais agudas com urticária e na urticária gigante (angioedema).




Alimentos que com mais frequência causam alergia

Leite
Ovos
Marisco
Nozes
Trigo
Amendoins
Soja
Chocolate


A anafilaxia é uma reacção alérgica aguda, generalizada, potencialmente grave e ocasionalmente mortal que se verifica em pessoas que foram previamente sensibilizadas através da exposição a um alergénio e que entram em contacto directo com o mesmo alergénio uma vez mais.

A anafilaxia pode ser causada por um alergénio. Os mais frequentes são os medicamentos, as picadas de insectos, certos alimentos e as injecções de imunoterapia alergénica. A anafilaxia nunca ocorre na primeira exposição a um alergénio. Por exemplo, a primeira exposição à penicilina ou a primeira picada de abelha não desencadeiam a anafilaxia, mas a seguinte já o pode fazer. Na realidade, muitas pessoas não se recordam de ter sofrido uma primeira exposição.

Uma reacção anafiláctica começa quando o alergénio entra na corrente sanguínea e reage com um anticorpo da classe imunoglobulina E (IgE). Essa reacção incita as células a libertar histamina e outras substâncias que participam nas reacções imunes inflamatórias. Como resposta, as vias respiratórias dos pulmões podem fechar-se e provocar asfixia; os vasos sanguíneos podem dilatar-se e fazer com que a tensão arterial desça; as paredes dos vasos sanguíneos podem deixar sair líquido, provocando edema e urticária. O coração pode funcionar mal, bater de forma irregular e bombear sangue de forma inadequada. O indivíduo pode entrar em estado de choque. (Ver secção 3, capítulo 24)

As reacções anafilactóides assemelham-se às anafilácticas, mas podem ter lugar depois da primeira injecção de certos fármacos (por exemplo, polimixina, pentamidina, opiáceos ou meios de contraste utilizados em exames radiológicos). No mecanismo não participam os anticorpos IgE e, em consequência, não se trata de uma reacção alérgica. A aspirina e outros inflamatórios não esteróides podem causar reacções anafilácticas em algumas pessoas, em particular naquelas com rinite alérgica perenial e pólipos nasais.

Sintomas

Os sintomas começam imediatamente ou quase sempre nas duas horas posteriores à exposição à substância prejudicial. A pessoa pode sentir-se inquieta, estar agitada e ter palpitações, formigueiro, pele avermelhada e ardor, latejar nos ouvidos, tosse, espirros, urticária, edemas ou uma maior dificuldade em respirar devido à asma ou à obstrução da laringe. O colapso cardiovascular pode verificar-se sem sintomas respiratórios. Em geral, um episódio inclui sintomas respiratórios ou cardiovasculares, mas não ambos, e a pessoa repete o mesmo quadro de sintomas em episódios subsequentes. No entanto, a anafilaxia pode evoluir tão rapidamente que pode causar um colapso, convulsões, incontinência da urina, perda de consciência ou um ataque cerebral súbito ao fim de um ou dois minutos. A anafilaxia pode ser fatal, a menos que se institua um tratamento de emergência de imediato.

Prevenção

Um indivíduo que tenha sofrido de anafilaxia a partir de uma picada de abelha repete, provavelmente, essa experiência se voltar a ser picada. Sucede o mesmo face a uma exposição reiterada a outros alergénios, como um medicamento. Efectuar testes cutâneos cada vez que se tiver de administrar o referido medicamento não é prático. No entanto, as pessoas que têm antecedentes de alergia ao soro animal (por exemplo, à antitoxina do tétano proveniente do cavalo) ou à penicilina são submetidas a testes antes de receber esses produtos.

A imunoterapia alergénica prolongada evitará a anafilaxia em pessoas alérgicas a substâncias impossíveis de evitar, como as procedentes de picadas de insectos. Não se recorre à imunoterapia quando a substância nociva pode ser evitada, como é o caso da penicilina e de outros fármacos.

Contudo, se um indivíduo necessita de um medicamento em particular (como a penicilina ou uma anatoxina oriunda de soro de cavalo), é possível realizar rapidamente a dessensibilização com um controlo rígido no consultório do médico ou então num hospital.

Algumas pessoas têm antecedentes de reacções anafilácticas aos corantes (meios de contraste) injectados em certos exames radiológicos. Apesar de os médicos tentarem evitar o seu uso em doentes com essas características, algumas afecções não podem ser diagnosticadas sem o recurso a eles. Nestes casos podem ser utilizados meios de contraste especiais que reduzem a incidência das reacções. Além disso, os medicamentos que bloqueiam as reacções anafilácticas, como a prednisona, a difenhidramina ou a efedrina, podem ser benéficos se forem administrados antes de se injectar o contraste.

Tratamento

O primeiro tratamento para a anafilaxia é uma injecção de adrenalina. As pessoas alérgicas às picadas de insectos ou a certos alimentos, em especial as que tenham já tido um ataque de anafilaxia, deveriam andar sempre com uma seringa auto-injectável de adrenalina, para um tratamento de emergência.

Em geral, este tratamento suspende as reacções anafilácticas. No entanto, todo o indivíduo que tenha uma reacção anafiláctica deve imediatamente recorrer ao serviço de urgência de um hospital, porque pode ser necessário efectuar um cuidadoso controlo dos sistemas cardiovascular e respiratório, além de poder dispor de um tratamento rápido e complexo.


A urticária é uma reacção da pele caracterizada pela presença de pequenas elevações de cor clara ou então avermelhadas (pápulas).

Existe uma afecção chamada angioedema que está relacionada com a urticária e que por vezes coexiste com esta; afecta zonas muito maiores e tecidos mais profundos debaixo da pele. A urticária e o angioedema são reacções de tipo anafiláctico que se limitam à pele e aos tecidos subjacentes. Podem ser desencadeados por alergénios ou outros agentes, ou então não ter causa conhecida. Os alergénios mais frequentes são os medicamentos, as picadas de insectos, as injecções contra a alergia e certos alimentos, em particular ovos, mariscos, nozes e frutas. Por vezes a urticária surge subitamente pouco depois de a pessoa ingerir uma quantidade ínfima de um determinado alimento. Noutros casos a urticária aparece apenas depois de se comer grandes quantidades de um alimento em particular (por exemplo, morangos). Em certas situações, a urticária pode aparecer após infecções virais, como a hepatite, a mononucleose infecciosa e a rubéola.

A urticária que reaparece ao longo de semanas ou meses costuma ser difícil de explicar; é possível que nunca se encontre uma causa específica. É muito raro que a causa seja uma alergia, embora o uso prolongado e indiscriminado de um aditivo alimentar, um medicamento ou outro produto químico possa ser o factor responsável. Como exemplo figuram os conservantes, os corantes e outros aditivos alimentares; os vestígios ínfimos de penicilina no leite (utilizada por lavradores para tratar as infecções das vacas) e alguns medicamentos de venda livre. Muito raramente se vê a urticária associada a uma doença crónica concomitante (lupus eritematoso sistémico, policitemia vera, linfoma, hipertiroidismo ou uma infecção). Apesar de habitualmente se suspeitar de certos factores psicológicos, raramente eles são identificados.

Determinados fármacos, como a aspirina, podem agravar os sintomas. Uma pessoa com urticária causada pela aspirina pode reagir de forma semelhante face a outros medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, como o ibuprofeno, ou então perante a tetraciclina, um corante amarelo utilizado para dar cor a alguns alimentos e medicamentos. O angioedema que recidiva e que não é acompanhado de sinais de urticária comum pode ser uma perturbação denominada angioedema hereditário. (Ver secção 16, capítulo 169)

Sintomas e diagnóstico

O ardor é geralmente o primeiro sintoma da urticária, rapidamente seguido de pápulas (áreas da pele ligeiramente levantadas, lisas, de cor mais avermelhada ou clara do que a pele que as rodeia, e que costumam ter um tamanho reduzido, menos de 1,5 cm de diâmetro). Quando as pápulas são maiores (até 20 cm de diâmetro), as zonas centrais costumam ter uma cor mais clara e formar anéis. Geralmente os surtos de urticária aparecem e desaparecem; uma pápula pode durar várias horas, para em seguida desaparecer e voltar a surgir noutro sector.

No caso do angioedema, a inflamação costuma cobrir áreas de maior superfície e estender-se por baixo da pele. Pode afectar uma parte ou a totalidade das mãos, os pés, as pálpebras, os lábios ou os órgãos genitais, ou mesmo a mucosa da boca, da garganta e das vias respiratórias, o que dificulta a respiração.

Quando a urticária aparece de repente e desaparece rapidamente sem regressar, em regra não é necessária uma consulta médica, porque raramente se descobre uma causa diferente da que parece óbvia desde o princípio. Porém, quando o angioedema ou a urticária recidivam sem explicação, então é aconselhável consultar um médico.

Tratamento

A urticária que aparece repentinamente em regra desaparece sem tratamento no decurso de dias ou, por vezes, de minutos. Se a causa não for evidente, a pessoa afectada deverá deixar de tomar todos os medicamentos não essenciais até que a dita reacção se desvaneça. Tomar anti-histamínicos, como a difenhidramina, a clorfeniramina ou a hidroxizina, alivia parcialmente o ardor e reduz a inflamação. Tomar prednisona, um corticosteróide, durante vários dias pode reduzir uma inflamação e um ardor muito intensos.

Se o indivíduo sofre um colapso ou tem dificuldade em engolir ou respirar, deve receber tratamento urgente. Aplica-se uma injecção de adrenalina juntamente com um anti-histamínico o mais rapidamente possível. O ideal é continuar o tratamento no serviço de urgência de um hospital, onde será possível controlá-lo cuidadosamente e adaptá-lo de acordo com as necessidades.

A urticária crónica também pode ser atenuada com anti-histamínicos. O antidepressivo doxepina mostra-se eficaz em alguns adultos. Dado que o uso de corticosteróides durante mais de 3 a 4 semanas causa vários efeitos prejudiciais, só se receitam no caso de sintomas graves e quando todos os restantes tratamentos tenham falhado, e deverão administrar-se durante o menor tempo possível. Em aproximadamente metade dos casos, a urticária crónica desaparece em dois anos. Controlar o stress costuma ajudar a reduzir a frequência e a gravidade dos ataques.


O angioedema hereditário é uma perturbação genética associada a uma deficiência do inibidor C1, uma proteína do sangue.

O inibidor C1 é parte do sistema do complemento, um grupo de proteínas que participam em algumas reacções alérgicas e imunes. A deficiência ou a actividade anormal do inibidor C1 provoca episódios de inflamação em zonas localizadas da pele e no tecido que se encontra por baixo, assim como em membranas mucosas que revestem orifícios do corpo como a boca, a garganta e o tubo gastrointestinal. As lesões ou as doenças virais costumam precipitar os ataques, que se podem agravar com o stress emocional. Em regra, os ataques provocam zonas de inflamação que, por sua vez, causam dor em lugar de ardor, e são acompanhadas de urticária. Muitas pessoas têm náuseas, vómitos e cãibras. A complicação mais grave é a inflamação das vias respiratórias superiores, a qual pode dificultar a respiração. O diagnóstico faz-se através de análises de sangue que medem as concentrações ou a actividade do inibidor C1.

Tratamento

Um fármaco chamado ácido aminocapróico pode, em certos casos, acabar com um ataque de angioedema hereditário. É usual administrar-se adrenalina, anti-histamínicos e corticosteróides, apesar de não existir a certeza absoluta de que estes medicamentos sejam eficazes. A respiração pode rapidamente ficar bloqueada e é possível que, durante um ataque agudo, seja necessário colocar um tubo respiratóriona traqueia.

Alguns tratamentos podem contribuir para evitar um ataque. Por exemplo, antes de se submeter a um processo cirúrgico ou dental menor, a pessoa afectada de angioedema hereditário pode receber uma transfusão de plasma fresco para elevar a concentração de inibidor C1 no sangue. Administrar inibidor C1 purificado pode evitar ataques de angioedema hereditário, mas ainda não está disponível para uso geral. Para uma prevenção prolongada, os anabólicos esteróides orais (andrógenos) como o estanozolol ou o danazol podem fazem com que o corpo produza mais inibidor C1. Como estes fármacos podem ter efeitos secundários masculinizantes, as doses avaliam-se e controlam-se cuidadosamente quando são as mulheres a utilizá-lo.


A mastocitose é uma afecção em que os mastócitos, células produtoras de histamina que participam nas reacções imunes, se acumulam nos tecidos da pele e, por vezes, em outras partes do corpo.

A forma mais frequente de mastocitose pode limitar-se à pele, especialmente nas crianças, ou então afectar outros órgãos, como o estômago, os intestinos, o fígado, o baço, os gânglios linfáticos e os ossos. As formas mais raras de mastocitose podem estar associadas a uma doença grave do sangue (como a leucemia, o linfoma, a neutropénia ou uma doença mieloproliferativa) ou a afecções muito graves chamadas leucemia de mastócitos e mastocitose agressiva. Cerca de 90 % das pessoas com mastocitose comum e menos de 50 % das pessoas com outras formas de mastocitose sofre de urticária pigmentosa (pequenos pontos de cor castanho-avermelhada dispersos por todo o corpo, que costumam causar urticária e vermelhidão quando se esfregam ou coçam).

Desconhece-se qual a causa da mastocitose. Com o passar dos anos acumulam-se cada vez mais mastócitos e isso provoca um aumento gradual da sintomatologia, a qual, de qualquer modo, pode ser controlada durante décadas através de medicação. Algumas pessoas afectadas de mastocitose têm dor nas articulações e nos ossos e tendem a sofrer de graves reacções alérgicas, inclusive sintomas semelhantes aos da anafilaxia. Podem também padecer de úlceras pépticas e diarreia crónica porque o seu estômago produz demasiada histamina.

Tratamento

O tratamento da mastocitose requer dois tipos de anti-histamínicos: os bloqueadores dos receptores da histamina1, aqueles que se tomam para as alergias, e os bloqueadores dos receptores da histamina2, que se utilizam para as úlceras pépticas. Se a mastocitose está também associada a alguma perturbaçãograve, o tratamento é muito mais complicado.


A alergia física é uma doença em que os sintomas alérgicos aparecem como resposta a um estímulo físico, como o frio, a luz solar, o calor ou uma lesão pouco importante.

O ardor, as manchas na pele e a urticária são os sintomas mais comuns da alergia física. Em algumas pessoas, as vias respiratórias que chegam aos pulmões apertam-se e torna-se então difícil respirar. Uma reacção forte à luz solar (fotossensibilidade) pode causar urticária e manchas inabituais na pele. (Ver secção 18, capítulo 205) A fotossensibilidade também pode provir do uso simultâneo de vários medicamentos ou substâncias aplicadas na pele.

As pessoas especialmente sensíveis ao calor podem contrair uma doença chamada urticária colinérgica: pequenas zonas de urticária que picam intensamente, rodeadas por um anel de pele avermelhada. A urticária colinérgica também surge em virtude do exercício físico, do stress emocional ou de qualquer outra actividade que provoque sudação. As pessoas particularmente sensíveis ao frio podem apresentar urticária, inflamação da pele, asma, rinorreia e congestão nasal quando se expõem ao frio.

Tratamento

A melhor forma de enfrentar uma alergia física é preveni-la, evitando o que tende a causá-la. As pessoas que apresentam sintomas alérgicos deveriam deixar de usar cosméticos e cremes para a pele, loções e óleos durante algum tempo, com o objectivo de comprovar se uma dessas substâncias está a agravara alergia.

Anti-histamínicos como a difenhidramina, a ciproheptadina ou a hidroxizina costumam aliviar o ardor. A ciproheptadina tende a actuar melhor em casos de urticária provocada pelo frio e a hidroxizina na urticária causada pelo stress.

As pessoas muito sensíveis à luz solar deverão usar cremes protectores e evitar ao máximo a exposição ao sol.


Nalgumas pessoas o exercício físico pode provocar um episódio de asma ou uma reacção anafiláctica aguda.

A asma é o tipo de reacção anormal induzida pelo exercício físico. Este tipo de asma induzida pela actividade física costuma afectar as pessoas que normalmente têm asma, porém noutros casos a asma só se manifesta com o exercício. Experimenta-se uma sensação de pressão no peito, associada com arquejo e dificuldades respiratórias após 5 ou 10 minutos de exercício físico intenso, geralmente depois de terminar o exercício. A asma induzida pelo exercício físico costuma aparecer com maior facilidade quando o ar está frio e seco.

Uma doença muito mais rara é a anafilaxia induzida pelo exercício, que pode ocorrer após uma actividade física intensa. Algumas pessoas sofrem dela apenas quando ingerem um alimento específico antes de efectuar a referida actividade física.

Tratamento

Nos casos de asma induzida pelo exercício físico, o objectivo do tratamento é tornar possível o exercício sem que surjam sintomas. Em geral, tal pode conseguir-se inalando um fármaco beta-adrenérgico cerca de 15 minutos antes de começar os exercícios. Em alguns indivíduos o cromoglicato dá bons resultados. Para os indivíduos que têm asma, controlar a sua doença costuma também evitar-lhes a forma induzida pelo exercício. (Ver secção 4, capítulo 37)

Aqueles que sofrem de anafilaxia desencadeada pelo exercício físico, deveriam evitá-lo ou então eliminar o alimento que determina os sintomas quando combinado com aquele exercício. Algumas pessoas descobrem que o facto de aumentar pouco a pouco o grau e a duração da actividade física lhes permite tolerá-la mais. Deveriam andar sempre com uma seringa de auto-injecção com adrenalina para o caso de precisarem de um tratamento de urgência.

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Sobre os alimentos...

Uso de aditivos alimentares - os aditivos são substâncias legalmente permitidas que melhoram o aspecto, realçam a cor, a qualidade e o sabor dos alimentos, no entanto a maioria tem consequências nefastas na saúde. A maior parte dos aditivos é designada por um código E seguido de um número de três algarismos. Podem ser naturais ou artificiais e geralmente não têm qualquer valor nutritivo. Ao comprarem-se produtos industrializados devem-se escolher os que contêm menos aditivos e procurar não os ingerir muitas vezes por dia. Os aditivos alimentares são classificados em:

Corantes designados de E100 a E199, são substâncias capazes de dar cor sendo também utilizados para melhorar o paladar, textura e consistência dos alimentos. São empregues na confecção de bolos e outros produtos de confeitaria. Os mais duvidosos para a saúde são: E100 (amarelo), E102(amarelo), E104(amarelo), E110(laranja), E122(vermelho), E123(vermelho), E124(vermelho), E127(vermelho), E131(azul), E142(verde), E151(negro), E162(vermelho), E 163(azul, violeta, vermelho).Podem provocar reacções alérgicas e os seus efeitos a longo prazo ainda não são bem conhecidos.

Conservantes designados de E200 a E299 são utilizados para conservar os alimentos durante mais tempo evitando o desenvolvimento de microorganismos. Os conservantes comuns incluem nitratos e sulfitos. São utilizados em charcutaria, conserva de carne, pastas de fígado, camarões cozidos, queijos, confeitaria, pastilhas elásticas, patês, cerveja, salsichas, gomas e gelatinas. Podem causar problemas respiratórios em asmáticos, sendo-lhe também atribuídos efeitos cancerígenos. Os mais duvidosos vão do E249 ao E252. O E280 e o E281 são utilizados para combater os bolores e utilizam-se em certos tipos de pão.

Antioxidantes designados de E300 a E399 têm por efeito retardar a degradação natural dos alimentos e a sua oxidação. Podem provocar problemas de pele e dificuldades respiratórias. São utilizados nos leites em pó, gomas, molhos, sopas, flocos de batata, pastilha elástica. Um bom antioxidante natural é o ácido cítrico que se encontra no sumo de laranja, limão etc. (citrinos). Se se adicionar sumo de limão às saladas de frutas estas não escurecem.

Espessantes, gelificantes, emulsionantes designados de E400 a E499 aumentam a consistência dos alimentos e encontram-se nos produtos à base de carne como hamburgers, salsichas, patês. Podem provocar alergias e perturbações gastrintestinais. Os mais duvidosos são: E406 ao E413, E420 e E421.

Edulcorantes são substâncias que substituem os açúcares como adoçantes dos alimentos. Utilizam-se nos refrigerantes, sumos e medicamentos; utilizam-se em alimentos de baixo valor calórico e para diabéticos. A sacarina é um edulcorante permitido e corresponde ao E954.

Aromatizantes modificam ou reforçam o sabor dos alimentos. Podem ser naturais ou sintéticos. Surgem nas pizzas, refeições congeladas...



IVA aplicado a bebidas de soja

Oficio-circulado 30077-2005 de 12 de Maio

domingo, 8 de fevereiro de 2009

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ALERGIA ALIMENTAR


Tema: ALERGIA ALIMENTAR



Data: 28 de Março de 2009

Local: Hotel Montebelo, Viseu

Organização: Grupo de Interesse de Alergia Alimentar da SPAIC

Programa da reunião (pdf)



Data limite para Inscrição: 13 de Março



Secretariado da SPAIC: Luísa Carvalho

Rua Manuel Rodrigues da Silva, 7 C, escritório 1, Telheiras, 1600-503 Lisboa

Tel. 21 7152426

Fax. 21 7152428

E-mail: spaic@sapo.pt



Apoio: Bial

Local: Hotel Montebelo - Viseu
Data: 28 de Março de 2009 a 29 de Março de 2009